Frizz – como o eliminei do meu cabelo?

Vou voltar hoje a este assunto pois é um tema pelo qual me procuram bastante. Primeiro que tudo é importante explicar que o frizz é normal no cabelo e acontece porque o cabelo é permeável a elementos exteriores, como a água, conseguindo absorver quase 30% do seu peso em água (o que acontece em dias húmidos). Há várias respostas para o frizz, mas a minha visão sobre o tema é saber gerir expectativas. Há cabelos que não se vão ver livres de frizz como gostariam, outros que podem melhorar muito com alguns cuidados. No meu caso que tenho uma alopécia androgenética, o frizz é algo que sempre fez parte da minha vida de uma forma negativa e vou falar disso também. É quase impossível ter zero frizz no cabelo, mas eu consegui reduzir imenso e vou partilhar a minha experiência contigo. Fica a saber tudo!

A origem do frizz no cabelo

O cabelo é permeável a elementos exteriores, sendo extremamente higroscópico. Ele consegue absorver quase 30% do seu peso em água! Esta propriedade é responsável pelo aparecimento do famoso frizz. É importante destacar que no nosso cabelo temos vários tipos de ligações, sendo que as ligações de hidrogénio, conferem ao cabelo a sua elasticidade. Mas estas ligações são fracas e quebradas facilmente. Quando o cabelo está seco, absorve alguma da água presente no ar (humidade), o que causa uma desorganização das ligações de hidrogénio e um aumento do volume das fibras capilares.

Como consequência, o cabelo expande-se e fica indisciplinado, com aspeto frisado. Isto acontece com todos os tipos de cabelo, não só com cabelos ondulados ou encaracolados (que ao serem mais secos notam mais o frizz), mas também em cabelos lisos quer sejam finos ou espessos. Num cabelo com alopécia, como é o meu caso, o frizz ainda se nota mais, porque o número de fios de cabelo é menor (se é menos encorpado o cabelo no seu conjunto parece mais desalinhado se tiver frizz) e porque é muito frequente em cabelos com alopécia usarmos secador ou ferramentas de calor (que podem tornar o cabelo mais seco e mais suscetível a frizz) para lhe dar um ar mais composto.

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O frizz afeta todos os tipos de cabelo!

A falta de hidratação é a razão principal para sentirmos os cabelos com frizz. Que questões podem desencadear mais ou menos frizz no cabelo? Um cabelo encaracolado é necessariamente um cabelo mais seco, em que os óleos naturais do cabelo têm uma maior dificuldade em chegar aos comprimentos (algo mais fácil em cabelo liso). O tipo de cabelo e o diâmetro irregular podem influenciar maior frizz, bem como as variações climáticas, a água com alto conteúdo mineral e a falta de hidratação.

As moléculas de água no ar são compostas por dois átomos de hidrogénio e um átomo de oxigénio. O hidrogénio é absorvido pelo córtex do cabelo (especialmente se o cabelo for poroso) e aumentará as fracas ligações de hidrogénio da queratina do cabelo. Devido às muitas ligações de hidrogénio, cada fio de cabelo tende a enrolar-se sobre si mesmo no nível molecular. Num nível macro, o cabelo, vai parecer mais encaracolado ou crespo se inchar sob a influência da humidade. Em contraste, ligações fortes (pontes dissulfureto) não são afetadas pelo nível de humidade do ar.

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O que faço para ter menos frizz no cabelo?

Já tenho vários artigos aqui no site sobre este assunto, e é importante deixar uma nota sobre cada um deles:

Lavagem: Uma das técnicas importantes é não usar champô nos comprimentos do cabelo, o que os pode deixar mais secos e mais propensos a frizz. Apenas é necessário lavar a zona das raízes que é aquela que efetivamente precisa do champô. Podes saber mais neste artigo.

Cronograma capilar: Uma forma de cuidar do cabelo e de que já falei muitas vezes, é o cronograma capilar. É um método de cuidados que incentiva à lavagem como indicado acima, a utilização de condicionador em todas as lavagens e a utilização de máscaras regulares. Neste artigo podes saber tudo e ver como o cronograma capilar mudou o frizz no meu cabelo.

10 Estratégias anti frizz: Já fiz um artigo sobre 10 estratégias anti frizz de que falei aqui! Aplico todas as técnicas descritas.

Botox capilar: Já falei sobre o botox capilar, um método que ajuda a manter o frizz controlado, não é um milagre!, mas pode ajudar em cabelos com algum frizz. O artigo está aqui. Mas atenção!, “botox capilar” é um termo genérico, convém saber que produto é usado, pois nalguns casos estamos a falar de alisamento.

Truque: Uso muitas vezes uma técnica que adoro para quando não quero usar secador e que me deixa o cabelo sem frizz. O truque do óleo + leave in, de que já falei aqui. Para finalizar o penteado depois de um brushing, eu também aplico SEMPRE um óleo finalizante.

Táticas recentes anti frizz

Hoje vou deixar algumas táticas anti frizz que tenho aplicado mais recentemente:

Não recear produtos com silicones: Nunca receei, mas efetivamente no meu cabelo, usá-los mais dá-me um maior controlo sobre o frizz. Os silicones depositam-se nos fios de cabelo, tornando-os menos suscetíveis a frizz. Máscaras e condicionadores que contêm silicone não só não vão fazer mal ao cabelo pois esses ingredientes são seguros e regulamentados, como o pode proteger da humidade. E sim, é possível fazer isto com produtos acessíveis. Como identificar silicones em produtos capilares? Por exemplo os silicones ligados a cadeias de PEG ou PPG (solúveis em água), o bis-aminopropyl dimethicone e o amodimethicone. Mas uma vez que têm uma grande afinidade para o cabelo, se usados em excesso e se o cabelo não for lavado com champô eficaz, o cabelo pode ficar com resíduos. Temos por outro lado os silicones não solúveis em água e óleo, como o dimethicone, que podem deixar a sensação imediata de maciez no cabelo. Condicionadores e máscaras costumam tê-los. Uma nota ainda para os silicones em produtos leave in, que por norma evaporam, como o cyclomethicone, que deixam o cabelo alinhado e sem resíduo.

Secadores Parlux e Dyson: fiz um artigo sobre o secador Parlux e a diferença no frizz do meu cabelo. Podes saber mais aqui. Deixo a ressalva que os resultados obtidos transmitem a minha experiência pessoal. O secador que usava antes deixava-me sempre algum frizz que tinha de colmatar com a prancha. Quanto ao secador Dyson, também com um efeito muito notório na redução do típico frizz após a secagem, expliquei com todo o pormenor as características e a minha opinião / resultados no meu cabelo neste artigo.

Protetor de calor: já falei do protetor de cabelo Chronologiste algumas vezes. Este protetor tem propriedades filmogénicas, deixando o cabelo mais resistente ao frizz. É dos protetores de calor que mais gosto por este motivo e um lançamento de 2020.

Nova linha Phytodefrisant: que grande descoberta de 2020! Nunca escondi que a Phyto é uma marca do coração. Mas como é que só em 2020 é que venho a perceber que a geleia Phytodefrisant, que já existe desde 1969, é de facto um produto anti frizz para o brushing? Eu achava que era um produto para alisar cabelo rebelde, provavelmente pela sugestão do nome. O “inventor” do brushing que ainda hoje se continua a fazer (utilização de calor e escova para modelar o cabelo) foi precisamente Patrick Alès. Patrick Alès, fundador da Phyto e cabeleireiro de renome, com uma visão pioneira, levou-o em 1969 a iniciar a abordagem científica da marca. Vale a pena explicar em pormenor esta linha.

Phytodefrisant – a linha anti frizz da Phyto que me conquistou!

Esta linha, novidade da Phyto, conquistou-me completamente! A geleia manteve a sua fórmula inalterada, e as novidades de 2020 são o champô e o cuidado de retoque (retocar o frizz do cabelo a meio do dia já é possível!). Recomendo esta linha a todas as mulheres que adoram fazer brushing, que sofrem com frizz e que procuram soluções eficazes. Nesta linha o componente ativo transversal à gama é a extração de alteia, rica em mucilagens, polímeros naturais que capturam moléculas de água na fórmula e funcionam como vetores para hidratar a fibra e saturá-la com água, hidratando o cabelo e suavizando a fibra capilar.

Etapa 1 – Champô Phytodefrisant

phyto frizzÉ um champô em óleo, mas não se assustem aquelas, que tal como eu, têm cabelo oleoso! Fiquei muito agradavelmente surpreendida com o champô, que pode ser usado com a frequência desejada ou intercalado com outro champô. A textura é um óleo gelificado, que efetivamente limpa muito bem a zona do couro cabeludo, e como é pouco espumante, tem uma ação pouco adstringente dos fios. Este champô deixa-o perfeitamente lavado e com os comprimentos suaves, volume controlado, desembaraçado, alisa a fibra capilar e controla o frizz. Como usar: Aplicar uma pequena quantidade, em cabelo molhado. Massajar e depois enxaguar. Pode ser usado 2 a 3 vezes por semana mas também diariamente. Encontras este produto por exemplo aqui.

Etapa 2 – Geleia de brushing anti frizz Phytodefrisant

geleia phytodefrisant frizzÉ um cuidado de culto, criado em 1969, 5 anos depois do cabeleireiro Patrick Alès, fundador da Phyto, ter inventado a técnica de brushing que continuamos a usar hoje em dia. Este cuidado icónico recebeu o Prémio Allure “Best of Beauty” 6 vezes nos Estados Unidos. Esta geleia mantém o brushing, protege o cabelo do calor e da humidade, conferindo flexibilidade e brilho. O cabelo fica alisado, com memória de penteado duradoura. A textura é um gel invisível sem perfume. Contém goma guar, que tem propriedades filmogénicas, que simultaneamente bloqueia a humidade e dá forma ao cabelo. Estou a gostar MUITO! Como usar: após a lavagem e em cabelos muito molhados, repartir uniformemente das raízes até às pontas com a ajuda de um pente. Não passar por água e proceder ao penteado ou ao brushing. O meu truque? Está a resultar muito bem comigo usar o protetor de calor Chronologiste e logo de seguida uma ervilha desta geleia, embora a geleia seja suficiente (também protege do calor). Encontras este produto por exemplo aqui.

Etapa 3 – Cuidado de retoque anti frizz Phytodefrisant

Um cuidado completamente INOVADOR! Um produto dispensado em pincel, para retocar o frizz durante o dia, sempre que quisermos. E tem um cheiro maravilhoso!  Este cuidado é o primeiro pincel alisador nómada, que controla o frizz, disciplina o cabelo e confere flexibilidade e brilho. Com este cuidado o penteado fica mais definido e é criado um escudo anti-humidade e anti-eletricidade estática. A textura é um gel invisível. Achei genial! Como usar: Rodar para “On”. Aplicar uniformemente nas raízes e nos comprimentos. Rodar para “Off” após cada utilização. Não passar por água. Usa-se como cuidado de retoque, em cabelo seco, quando o frizz reaparece. Encontras este produto por exemplo aqui.

 

O frizz é algo natural no cabelo. Sou 100% a favor de cabelos naturais, sem secador, sem brushing, mas também sou 100% a favor de soluções que existem para nos deixar mais felizes. O que funciona melhor no frizz do teu cabelo?

Fotografia: Márcia Soares

Montagens: Beautyst

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4 comentários

  1. Ana Sousa diz:

    Ola. Adoro os teus posts!!!
    Tenho uma dúvida: no cabelo fino para acabar com o frizz, devo usar oleo + Phyto Defrisant Geleia de Brushing?
    Obrigada

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Ana! Que bom! A Geleia de Brushing deve ser usada se fizeres brushing. Apesar de poder ser usada também para secar ao natural, não achei que fosse o produto mais indicado. Para fazer o brushing adoro usar primeiro o protetor de calor Chronologiste da Kérastase (coloco no cabelo 3 pumps e penteio) e de seguida uma ervilha da Geleia da Phyto. Resulta muito bem! No final da secagem aplico um óleo para finalizar. Um beijinho! Joana

  2. Catarina Costa diz:

    Olá Joana! Qual o óleo que costuma usar para finalizar?

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Catarina! Neste momento estou a usar o óleo 5 Sens da René Furterer mas também gosto muito do Oil for All da Redken. Já falei de ambos. Podes ver aqui: https://www.beautyst.pt/cabelo/5-sens-o-oleo-que-realmente-funciona-em-pele-e-cabelo e aqui: https://www.beautyst.pt/everyday/oil-for-all-da-redken-obrigatorio-conhecer Um beijinho!

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