O stress e o impacto na queda de cabelo – o que fazer?

#PARCERIA Este artigo foi escrito em parceria com a Bailleul. O contributo do Dr. Rui Oliveira Soares nesta tema não está relacionado com a parceria estabelecida. Este é um dos assuntos que mais gosto de focar quando me fazem perguntas sobre queda de cabelo, uma vez que genericamente se fala sobre o stress e impacto na queda de cabelo, mas efetivamente acho que quem se preocupa com este tema ainda não percebeu a dimensão que o stress tem realmente no cabelo e na queda de cabelo. Por isso quando a Bailleul me propôs realizar um artigo sobre stress e queda de cabelo, fez-me todo o sentido abordar este tema com o meu ponto de vista e com o ponto de vista do dermatologista Dr. Rui Oliveira Soares, especialista em cabelo. O que fazer quando o stress impacta a queda de cabelo? Este assunto ganha ainda maior importância nesta fase em que todos estamos numa situação de maior stress por causa do confinamento e do COVID.

Cabelo e stress – o que diz o especialista em cabelo?

Dr. Rui Oliveira Soares: A saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde, é o completo bem-estar físico, psíquico e social. Desde logo podemos supor que o impacto social e psíquico do mesmo grau de alopécia (falta de cabelo) pode ser bem diferente num homem de 80 anos ou numa mulher de 20, pelo que o impacto da alopécia deve ser sempre encarado no contexto psíquico, social e cultural da pessoa afetada.

Há 2 prismas para olhar esta relação do cabelo com o stress: o impacto psicológico do cabelo (leia-se falta dele) na psique, mas também o impacto que a alteração psíquica pode determinar no cabelo. Que evidência temos de que a psique pode influir no cabelo e de que a falta de cabelo pode influir na psique? É do conhecimento de todos que uma má notícia, uma preocupação excessiva, ou o facto de estarmos mais ansiosos pode provocar uma queda de cabelo mais intensa uns meses depois. Isto deve-se ao impacto que a esfera psíquica tem na pele:

  • Impacto de uma forma geral, como sucede no agravamento de doenças crónicas da pele quando estamos mais preocupados (conhecemos a expressão “nervos à flor da pele”);
  • Impacto, de forma particular, nesses derivados da pele que são os cabelos, e que podem ser afetados no seu ciclo habitual.
Queda de cabelo, stress e ansiedade

Normalmente, temos cerca de 5-10% dos cabelos em fase final do ciclo (telogen), que dura 3 a 4 meses, e finda a qual o cabelo cai (empurrado pelo novo cabelo que surge no mesmo folículo). Ora o cansaço, a preocupação e a ansiedade acima do habitual podem acelerar a entrada em telogen de muitos mais folículos, o que pode determinar, meses depois, 20 a 30% dos folículos em fase do respetivo cabelo cair, em vez dos 5-10% habituais. Um em cada dez doentes com alopécia areata (doença auto-imune) refere trauma psíquico 3 a 4 meses antes do início do episódio1,2. Cerca de 78% das crianças com esta doença tinham pelo menos um distúrbio psíquico (50% tinham ansiedade e 35% tinham neurose obsessivo-compulsiva)3.  Alguns destes distúrbios, como a alexitimia (incapacidade de expressar sentimentos), não desaparecem, mesmo depois do reaparecimento do cabelo4.

Falta de cabelo

A falta de cabelo mina a auto-estima e auto-confiança em 80% dos casos (96% dos casos nas mulheres, 74% nos homens)5. Sabemos que mesmo situações de não doença, como a alopécia androgenética (calvície comum) e o deflúvio telógeno (queda de cabelo reacional pós-parto, por stress, cansaço, calor, doença, medicamento, etc.) provocam neurose de ansiedade numa larga maioria de casos, sobretudo em mulheres6. A calvície comum gera ansiedade social7 e, no caso das mulheres, reduz claramente a qualidade de vida8. Mulheres com calvície comum têm uma imagem negativa do seu corpo e alterações funcionais na expressão de emoções quando comparadas com mulheres de grupo controlo (sem calvície)9.

Por outro lado, alopécia extensa, independentemente da causa, provoca défice de auto-confiança, distúrbio emocional e estigmatização10. Mesmo entre os homens, 43% consideram que mais cabelo os torna mais atraentes, 37% considera que a sua falta o faz mais velho, 70% acham que a sua falta diminui a auto-estima, e cerca de 20% acreditam que a falta de cabelo tem impacto na vida social e que provoca depressão11. Alopécia é o efeito adverso mais temido da quimioterapia para 58% das pacientes inquiridas e 8% das mulheres ponderariam não a fazer por esse motivo12. O impacto da alopécia pode ser minorado13 com informação verbal e escrita que prepara o doente para a expectável alopécia, ajuda na preservação da auto-imagem (medicamentos, próteses, ortóteses) e ajuda no período de recuperação (apoio psíquico e medicamentos). Por outro lado, a toma de anti-depressivos, ansiolíticos e anti-psicóticos pode fazer cair cabelo14 e levar a alopécia. Por exemplo, alopécia de causa medicamentosa ocorre em cerca de 15% dos pacientes que tomam lítio ou ácido valpróico.

Em resumo, a alteração psíquica – ansiedade, cansaço, doença – pode determinar queda de cabelo, mas também a falta de cabelo pode originar, ou pelo menos desencadear ou agravar, a doença psíquica. Por outro lado, o elevado impacto na vida social que a falta de cabelo provoca, sobretudo em mulheres e crianças, torna mandatório tratar o problema quando possível (dermatologista) mas, por vezes, obriga também a um acompanhamento psíquico especializado para alguns doentes.

Rui Oliveira Soares (dermatologista)

Queda de cabelo, stress e dar a volta por cima – o meu testemunho

Já ouviste falar sobre o cortisol e o impacto no cabelo? Certamente que sim. A hormona do stress, o cortisol, afeta a função e a regulação cíclica do folículo piloso. Quando o cortisol está em níveis elevados, foi demonstrado que reduz a síntese e acelera a degradação de elementos importantes na pele, em aproximadamente 40%. O stress pode ter um efeito prejudicial em vários sistemas no corpo e em relação ao folículo piloso. Como resposta aos estímulos de stress externos e internos, o cortisol é libertado no corpo e pode atingir níveis excessivos. Estudos demonstram que o cortisol tem a capacidade de degradar substâncias integrais na pele e na matriz extracelular. O excesso de cortisol é capaz de exercer um efeito disruptivo no mecanismo afinado do folículo piloso, levando ao desenvolvimento de distúrbios do crescimento capilar, como a alopécia androgenética, alopécia areata e deflúvio telogénico.

Todas sabem que tenho uma alopécia androgenética, que não é mais que uma calvície. No homem e na mulher a alopécia androgenética tem um padrão diferente. Mas fora a alopécia, também sofria há algum tempo atrás, de queda de cabelo regular (todo o ano e sobretudo, mais marcada, no verão – o calor interfere com a queda de cabelo), o que sempre me incomodou muito. Não devemos confundir alopécia e queda de cabelo, que são coisas diferentes. Para uma mulher normal a queda de cabelo já é preocupante. Para uma mulher com alopécia, ainda mais. Por isso quero sempre fazer tudo o que seja possível para manter a densidade do meu cabelo (o ano todo). Ter menos cabelo em determinadas alturas do ano é o suficiente para me sentir menos bem. O que fiz então para dar a volta por cima?

5 estratégias para gerir o stress e o impacto na queda de cabelo

1. Uma das coisas que sinto que fez REALMENTE muita diferença neste tema, foi quando comecei a fazer exercício físico de forma regular, e isso aconteceu depois de um período de burnout de que já falei aqui. Eu vivia em stress permanente e isso tinha uma influência enorme em vários aspetos da minha vida, como o sono, o meu bem-estar geral e também o impacto no meu cabelo (mais fragilizado nessas alturas, menos quantidade de cabelo e mais queda). O exercício veio dar-me a tranquilidade de que eu precisava a todos os níveis. É muito importante reconhecer quando estamos em stress permanente.

2. Quando o cabelo está mais brilhante e com aspeto fortalecido, isso ajuda a termos uma melhor perceção do estado do nosso cabelo, o que por sua vez faz baixar os nosso níveis de stress com a nossa imagem. Uma das coisas que tenho feito, e desde há uns anos, é tomar, por indicação médica, o Ecophane pó que devolve a força que preciso no meu cabelo. É um aliado que não dispenso. Faço 2 tomas por ano de 3 meses cada. Este ano vou começar agora no verão e depois voltarei a fazer no início do próximo ano. Faço este tratamento há vários anos. Se tiveres dúvidas sobre a toma de Ecophane (e também de Cystiphane), já falei sobre este tema aqui e aqui. O Ecophane pó está indicado na queda de cabelo moderada a severa e o Ecophane comprimidos na queda ligeira a moderada.

ecophane

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3. Não só o stress impacta o cabelo, como o estado de cabelo impacta o stress. Isto é muito comum entre mulheres e homens. Quando a nossa auto-imagem está fragilizada, ficamos mais stressados com este assunto o que por sua vez gera ainda mais queda de cabelo. Se temos dúvidas sobre o que se passa com o nosso cabelo, se passamos a vida sem saber o que está a acontecer e isso gera stress, podemos e devemos fazer uma consulta de cabelo com um dermatologista especialista nesta área. Eu faço consulta regular 1 x por ano, oriento a terapêutica para a alopécia com o médico e já alterei a mesma algumas vezes, e isso tranquiliza-me imenso. Deixo a indicação de três dermatologistas muito experientes em cabelo: o Dr. Rui Oliveira Soares, em Lisboa, a Dra. Filipa Ventura no Porto e o Dr. David Serra em Coimbra e Aveiro.

4.- Saber o que impacta e não impacta o estado do cabelo, e isto é sobretudo importante numa área em que existem tantas falsas promessas. A alimentação é fundamental para garantir o bom aporte de vitaminas e proteínas de que o cabelo tanto necessita, bem como a gestão do stress (se o exercício não é suficiente, pode ser necessário procurar ajuda médica), dormir bem e acreditar naquilo que o dermatologista especialista em cabelo nos diz. Champôs não têm efeito concreto na queda de cabelo – isto é muito importante desmistificar. Também é importante saber que o couro cabeludo tem de estar saudável e limpo! Oleosidade e descamação são inimigos da queda de cabelo.

5.- Falar sobre este assunto com outras pessoas e procurar ajuda no sítio certo! Durante anos era eu sozinha com os meus problemas de cabelo. Hoje em dia falo deste assunto abertamente, não procuro no “Dr. Google” (o que só piora a situação e causa ainda mais stress com relatos mal suportados cientificamente e falsas esperanças). O cabelo e a pele são assuntos para o dermatologista. Mas podes e deves falar deste tema com as pessoas mais próximas para não entrares no círculo vicioso “cabelo afeta o stress – stress afeta o cabelo).

Opinião do dermatologista sobre a toma de suplementos

Dr. Rui Oliveira Soares: Sim, ajudam na queda. Mas o paciente interpreta o haver menos queda de cabelo como uma melhoria e nós dermatologistas não. Nós sabemos que queda é substituição e não implica necessariamente que o estado do cabelo passado uns meses esteja melhor. Por isso guiamo-nos por outros critérios – espessura, densidade, etc., para dizer que alguém está melhor ou pior. É este o motivo pelo qual alguns tratamentos que para o paciente causam melhoria, nem por isso o são para o médico. Também justifica o sucesso, entre os pacientes, de tratamentos com eficácia baixa (PRP, Laser, etc.). Dito isto, no deflúvio ajudo-me muitas vezes com Ecophane, Cystiphane e outros suplementos porque sei que ajudam no mais rápido reduzir da queda.

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E tu, que estratégias utilizas para diminuir o impacto do stress no teu cabelo?

Fotografia: Márcia Soares

Ecophane pó e comprimidos podem ser tomados por homens e mulheres, pessoas com + de 12 anos, diabéticos, hipertensos, no pós-parto. Os comprimidos não devem ser tomados por pessoas com problemas de tiroide uma vez que contêm espirulina. Doentes celíacos não devem tomar Ecophane.

Cystiphane pode ser tomado por celíacos, diabéticos e hipertensos. Não está aconselhado em mulheres grávidas e puérperas ou em crianças.

Disclaimer: embora este artigo seja uma parceria, ele contém apenas as minhas opiniões sinceras sobre estes suplementos e este tema. As parcerias neste projeto são importantes para que o mesmo tenha viabilidade financeira, o que não significa que qualquer marca ou produto tenha visibilidade no projeto Beautyst, antes pelo contrário, tal como referido aqui. Todas as parcerias são pensadas por forma a serem informativas e úteis, e acima de tudo, com marcas e produtos com os quais eu me identifico e com os quais eu tenho uma excelente experiência.

Referências bibliográficas:

1. Willemsen R et al. Increased history of childhood and lifetime traumatic events among adults with alopecia areata. J Am Acad Dermatol. 2009 Mar;60(3):388-93. Epub 2008 Nov 20.

2. Kakourou T e tal. A case series of alopecia areata in children: impact of personal and family history of stress and autoimmunity.J Eur Acad Dermatol Venereol. 2007 Mar;21(3):356-9.

3. Ghanizadeh AComorbidity of psychiatric disorders in children and adolescents with alopecia areata in a child and adolescent psychiatry clinical sample. Int J Dermatol. 2008 Nov;47(11):1118-20

4. Trueb R et al. Psychological consequences of chronic hair diseases. Rev Med Brux. 2004 Sep;25(4):A286-8

5. Tucker P. Bald is beautiful?: the psychosocial impact of alopecia areata. J Health Psychol. 2009 Jan;14(1):142-51

6. Hadshiew IM et al. Burden of hair loss: stress and the underestimated psychosocial impact of telogen effluvium and androgenetic alopecia. J Invest Dermatol. 2004 Sep;123(3):455-7

7. Nardi AE. Psychological impact of alopecia: alopecia may lead to social anxiety. 2005 Nov 5;331(7524):1084.

8. Hirsso P et al. Health-related quality of life and physical well-being among a 63-year-old cohort of women with androgenetic alopecia; a Finnish population-based study.Health Qual Life Outcomes. 2005 Aug 24;3:49. 

9. Price VH et al. Psychological effects of androgenetic alopecia on women: comparisons with balding men and with female control subjects.J Am Acad Dermatol. 1993 Oct;29(4):568-75

10. Schmidt S et al. Strategies of coping and quality of life in women with alopecia.Br J Dermatol. 2001 May;144(5):1038-43

11. Alfonso M et al. The psychosocial impact of hair loss among men: a multinational European study.Curr Med Res Opin. 2005 Nov;21(11):1829-36

12. McGarvey EL et al. Psychological sequelae and alopecia among women with cancer. Cancer Pract. 2001 Nov-Dec;9(6):283-9

13. Roe H. Br J Nurs. 2011 May 27-Jun 9;20(10):S4-11. Chemotherapy-induced alopecia: advice and support for hair loss.

14. Mercke Y et al. Hair loss in psychopharmacology. Ann Clin Psychiatry. 2000 Mar;12(1):35-42

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4 comentários

  1. Helena diz:

    Cara Joana
    Excelente artigo. Parabéns. Eu tenho 40 anos e tenho alopécia desde os 20 anos. Quando estou a ler os seus artigos consigo rever-me em tudo o que diz. De facto, quem sofre de alopecia está em permanente alerta. Queremos seguir com a nossa vida normal mas já nos levantamos da cama com um peso nas costas. Poucas pessoas falam abertamente deste problema. Para nós esta partilha é muito importante. Obrigada. Cumprimentos Helena

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Helena! Como te compreendo! Tenho alopécia desde os 17/18 anos. Foi uma época particularmente difícil. Não havia internet e eu sentia-me muito sozinha. Sei que com o meu testemunho posso ajudar outras mulheres na mesma situação e isso é muito importante para mim. Durante muitos anos também passava os dias a pensar em cabelo. Hoje em dia tenho a situação controlada e sinto-me muito feliz por ter conseguido ultrapassar esta doença (ou pelo menos a saber como a tratar e não viver em stress com isso). Grande beijinho, Joana

  2. Paula diz:

    Olá Joana,
    sou a Paula, tenho 40 anos e sou mãe de 2filhos, infelizmente também me revejo nestas palavras.
    Sofro de Alopecia areata desde os meu 14 anos…. pois é…. é uma vida…tantas emoções…(só os meus pais e mano e marido sabem, nunca falei disto com as minhas amigas por vergonha)
    Tinha um cabelo lindo em todos os aspectos, densidade, brilho,espessura. Fiz muitos tratamentos(quimicos e naturais) e nada, ele caia e volta a crescer, mas de momento tenho zonas em que ele teima em não crescer…
    Ontem descobri o Dr.Rui Oliveira Soares e vou tentar marcar uma consulta para ele.
    Cresceu-me uma nova esperança, não sei porquê.
    Obrigado
    Bjs
    Paula

    1. Joana Alvares diz:

      Paula, somos muitas mulheres a passar pelo mesmo, acredita! Estarás muito bem entregue nas mãos do Dr. Rui Oliveira Soares. Tenho vários artigos aqui no site sobre este tema que podes pesquisar. Força! Um grande beijinho, Joana

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