Minimalismo: mais feliz, mais tempo, mais tudo em 5 passos

less is more minimalismo

Dentro de poucas semanas vou mudar de casa. Vamos arrendar a casa onde vivemos e vamos mudar-nos para uma casa exatamente igual, no mesmo edifício, 100% remodelada e feita totalmente à nossa imagem, depois de cerca de 12 meses em obras. Esta será a sétima vez que faço mudanças e o minimalismo foi talvez a palavra que mais usei, ainda em fase de projeto de arquitetura, para definir tudo o que queria na nova casa. Para uma vida mais simples, com mais tempo e em que valorizo o ter menos e melhor. Estas são 5 estratégias que sigo com base no estilo minimalista para uma vida com mais significado.

O que é o minimalismo?

Menos é mais. Um estilo de vida minimalista defende que devemos eliminar tudo o que são excessos, desde objetos materiais como também situações desnecessárias que podem estar a roubar tempo à nossa preciosa rotina! Esta é uma corrente em que os seguidores do minimalismo acreditam que quanto menos melhor. Desta forma valorizamos aquilo que temos. E isto é especialmente desafiante quando o consumo é incentivado a todo o momento. Diria mesmo que tentar seguir um estilo de vida minimalista é um ato de coragem! De facto, pode parecer um processo um pouco doloroso contra todas as “forças sociais” que advogam o consumo exagerado. O minimalismo tem também outras facetas, até ecológicas e sustentáveis, é sobre cuidar do meio ambiente e ter mais tempo para os amigos e família. É também sobre poupar e economizar.

Mas o minimalismo é uma moda passageira? Não. Acredito que seja uma consequência do excesso contemporâneo, mas o estilo de vida minimalista é praticado por exemplo pelos monges budistas há centenas de anos, que acreditam no seu poder de influência para uma vida com maior qualidade.

Minimalismo e empreendedorismo

Quem é empreendedor tem de ser extremamente eficaz. Não se pode perder com o acessório, nunca tem um ordenado fixo, a palavra “poupança” adquire uma enorme força (a todos os níveis) e o tempo tem um valor tremendo. Incluindo o tempo de descanso e o tempo que reservo para a minha saúde (o tempo do exercício físico tem tanta importância na minha agenda como um compromisso de trabalho). Posso dizer que me tornei ainda mais minimalista quando passei a ser empreendedora. Essa faceta fez com que valorizasse aquilo que eu aprecio tanto na minha vida: gerir o meu tempo, conseguir acompanhar a minha família, evitar o trânsito, ser criativa, ter projetos novos, todos os dias serem diferentes do dia anterior, ser feliz no que faço, sonhar com o meu trabalho (no bom sentido). Quem é empreendedor pensa financeiramente de forma diferente. Nunca poupei tanto (e nunca gastei tão pouco). Os objetos (sejam eles quais forem) passam a ter um valor imenso, têm de ter qualidade (e design) para durar.

O minimalismo e o meio ambiente (e a moda)

sézane minimalismo

O minimalismo não é radical. Pelo contrário é algo que traz leveza, que é prático e que deveria ser a banalidade! O minimalismo tem um impacto positivo por exemplo nos resíduos de consumo no meio ambiente. Se não compramos algo desnecessário também não temos que o descartar. A fast fashion trouxe o conceito de preços acessíveis e design atual e desejado mas no oposto trouxe roupa com fraca qualidade, moda fácil e o conceito antagónico a bons básicos de qualidade, exploração do trabalho infantil e humano e toneladas de lixo. Por isso, quem pratica o minimalismo na sua vida pode estar próximo do desperdício zero o que também ajuda a reduzir o lixo no nosso planeta. Ou seja, produzir em quantidades exageradas pode mesmo deixar de ser uma realidade se todos pensarmos de forma minimalista.

Ao arrumar as minhas roupas para a mudança de casa, percebi que estava apenas a selecionar peças para doar que já não me assentam tão bem (tinha peças que simplesmente já não me serviam depois da mamoplastia de aumento que fiz) ou com as quais não me identifico tanto. Mas são peças de qualidade, não deixam de ser básicos. Mas não me fazem falta nesta perspetiva. E tenho 3 sobrinhas adultas que aproveitam praticamente tudo o que lhes dou.

Minimalismo e beleza

Na área da beleza o minimalismo pode começar com uma boa consulta de dermatologia estética ou medicina estética, com a definição de uma rotina eficaz, sem necessidade de testar mil e um produtos ou escolher os que não fazem sentido. Claro que a qualquer mulher dá prazer conhecer soluções novas, mas as marcas não comunicam para “o eu”, para a minha necessidade. Posso dizer que se há coisa que gosto no meu trabalho é afunilar as expectativas, “dizer por miúdos” o que podemos esperar de determinado produto cosmético. E apesar de isso ser uma (pequena) parte do meu trabalho e adorar conhecer produtos novos engane-se quem acha que ando a mudar de rotina todos os meses – a minha pele não é um campo de experiências e é extremamente sensível!

A verdade é que exatamente por ser parte do meu trabalho entendo que tudo pode parecer irresistível mas só temos uma pele e um cabelo e por isso há que fazer boas escolhas. Uma rotina minimalista, desde que bem definida, pode ser perfeita e resultar durante anos. O mais importante é que cumpra as expectativas. Mas… há produtos que prometem o impossível. Se se amealhar o que se gasta em 4 produtos ao longo de 3 anos isso pode significar acabar de vez com as manchas que tanto nos “tiram o sono” com umas boas sessões de laser (bem prescritas e manuseadas por médico). E fazer a manutenção com um sérum / produto despigmentante.

minimalismo beautyst

Temos também uma consciência cada vez maior por parte das marcas com soluções minimalistas, que eliminam os celofanes desnecessários, as cartonagens plastificadas, as embalagens exageradas e enormes. Menos é mais! Agora quem está na linha da frente utiliza papel reciclado, boiões de vidro, recargas ecológicas (e mais acessíveis!), descarta o desnecessário e brinda-nos com produtos de elevada qualidade (a Caudalie é um ótimo exemplo). As embalagens tornam-se mais pequenas, a powder beauty (produtos em pó que misturamos em casa com água, exemplo do esfoliante enzimático da Sisley) e os sólidos (como o incrível champô sólido Lazartigue) são um must e trazem uma enorme vantagem: a água deixa de ser transportada, água essa que para todos os efeitos, é o ingrediente em maior percentagem na maioria dos produtos cosméticos. As embalagens mudam radicalmente com uma redução de plástico ao mínimo indispensável como na nova linha Hydraliane da SVR.

E sim, pode parecer desafiador escolher o minimalismo numa sociedade onde o consumo é promovido a todo segundo, mas viver com o necessário para a nossa pele e cabelo (o necessário deve ser o que cumpre as nossas expectativas a todos os níveis) é um sonho. Tenho o privilégio de trabalhar nesta área. Faço compras muito acertadas e adquiro os mesmos produtos de beleza anos a fio (claro que gosto de descobrir novos também, mas raramente compro por impulso ou sem fazer uma grande pesquisa previamente). É mesmo muito raro uma compra em beleza ser um flop! Mas sei que para a maioria das pessoas não é bem assim.

O que posso melhorar através do minimalismo?

Sem dúvida que em primeiro lugar será a redução do desperdício com aumento de tempo livre e melhoria da qualidade de vida. O minimalismo traz inúmeras vantagens:

  1. Se escolher um armário cápsula sei que preciso de bons básicos todos infinitamente combináveis
  2. O minimalismo permite que nos foquemos nas prioridades, sejam elas quais forem (eu pratico o minimalismo no meu trabalho, por exemplo! Menos tarefas e com mais significado)
  3. O minimalismo significa mais produtividade, já que não é preciso gastar tempo com coisas desnecessárias
  4. Uma vida minimalista, com menos barafunda reduz a ansiedade e stress
  5. Um estilo de vida minimalista tem impacto nas finanças, e permite que consigamos economizar dinheiro
  6. Ter objetos de elevada qualidade: menos é melhor e o melhor é melhor e não dependermos a nossa felicidade dos bens materiais
  7. Com menos objetos em casa, e mais arrumação também poupamos na limpeza
  8. O minimalismo reduz o desperdício e faz bem ao meio ambiente
  9. Aprender que não é preciso muito para se ser feliz!
  10. Ter mais tempo para a família e amigos e para descansar
5 estratégias que pratico para abraçar o minimalismo

O minimalismo pode não ser tão fácil quanto parece. A sociedade é constantemente incentivada a consumir mais do que necessita e isso pode ser tentador para quem está a pensar adotar o minimalismo. É difícil também para mim! Mas consumo provavelmente um décimo do que consumia há uns anos. O que é assustador. Mas há pequenos passos que podemos fazer desde já. Estas são as 5 estratégias que pratico através do minimalismo:

minimalismo

1) Fazer um armário cápsula, pensar no custo por utilização, fazer uma wishlist e apostar em qualidade

Menos peças e de maior qualidade permitem no médio e longo prazo efetivamente poupar imenso! É muito raro eu fazer compras em fast fashion (se o faço reviro as etiquetas para procurar a composição e penso muito bem quantas vezes irei usar aquela peça). Prefiro marcas portuguesas e peças de materiais nobres. Um armário cápsula vive de boas peças todas combináveis entre si. Assim é muito difícil fartar-me de um excelente sobretudo ou de uns bons sapatos. Valorizo marcas portuguesas e bons materiais como o linho, o algodão, a caxemira. Praticamente só tenho cores neutras no meu guarda roupa. Longe de serem monótonas as peças neutras são eternos clássicos e ficam sempre bem. Tenho apenas 2 peças de cor no meu guarda roupa…!

Ainda no que diz respeito a moda (pois é impossível não falar dela quando se pensa em minimalismo) eu dou-me sempre ao trabalho de dividir o preço de uma peça de roupa (ou carteira ou sapatos) pelo número de vezes que sinto que a vou usar. Aí o preço perde a sua “importância” e começo a fazer escolhas muito mais acertadas. A minha próxima compra será uma designer bag em que já estou a pensar há pelo menos dois anos. Sei que tem uma enorme qualidade e é uma cor que usarei sempre! Tem um preço acima da média? Claro que sim. Para compensar… não compro roupa (por impulso) há meses. Deixei de ir a centros comerciais pois fazia imensas compras por impulso. Faço uma wishlist tendo por base as minhas reais necessidades (há 2 anos anos por exemplo finalmente comprei a gabardina da Burberry que eu tanto queria). O minimalismo não acaba completamente com o consumismo. Mas uma pessoa minimalista opta por compras mais duradouras e de boa qualidade. Um bom produto que vai durar muito tempo e é intemporal é a chave para evitar o consumo recorrente.

Last but not the least, é incrível ver uma peça de roupa bonita noutra pessoa. É irresistível, diria. Mas… queremos ser uma cópia dessa pessoa? Nunca seremos (vamos sempre ser a versão cópia). Não é preferível poupar para a nossa wishlist? Não temos outro budget e outras necessidades? Claro! O minimalismo é o oposto da comparação, porque ao escolhermos o primeiro vamos necessariamente dar primazia ao que realmente precisamos. Quantas de nós não compraram a peça vistosa que vimos em alguém mas o que nos fazia mesmo mesmo mesmo falta era um bom conjunto de um tom neutro para usar para o resto da vida?

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2) Valorizar experiências em vez de coisas

Um conceito obrigatório para quem vive de forma minimalista é a valorização das experiências. Quando saí do mundo corporativo senti um alívio enorme! Ali só se falava em carros, em ganhar prémios para comprar mais roupas ou os últimos gadgets (mais tralha!). O importante para mim não era o carro, era ter tempo (e eu não o tinha). Hoje em dia sei que valorizo experiências incríveis. Poupar para fazer uma viagem importante é uma conquista. Este ano consegui levar os meus filhos aos Açores, uma viagem que os marcou e vai marcar para sempre (e que é a terra dos avós).

Quando se pensa de forma minimalista certas coisas podem deixar de fazer sentido. Desde há alguns meses deixei de fazer tantas refeições fora (agora são escolhidas a dedo). Não é só o que se poupa (que é muito) como algumas dessas experiências não eram magníficas. “Pouco mas bom”, uma frase que me marcou tanto há uns anos. Quando poupamos conseguimos conquistar as nossas aspirações. Este ano vou avançar com a pós-graduação em Gestão de Luxo na Universidade Católica que eu queria fazer há tanto tempo. O meu presente de aniversário? (faltam quase dois meses, bem sei…) mas já está marcado. Uma experiência de sonho na Maison Sisley. Praticar o minimalismo é preferir investir em educação, viagens e experiências que vão agregar a minha vivência e a da minha família. E tudo isso em vez de mais tralha em casa. É poupar para realizar um grande ou pequeno sonho.

3) Não comprar coisas desnecessárias

Antes de comprar algo, a pergunta obrigatória deve ser: “Eu realmente preciso disto?”. Se a resposta for não, o que faço é deixar essa coisa de lado ou pelo menos colocar numa parte da minha wishlist que é “para pensar”. Compras desnecessárias geram resíduos, e podem aumentar mais o seu desperdício. Desta forma escolhemos investir dinheiro com o necessário. Um exemplo simples: há umas semanas decorreu um mercado de moda ao qual eu pensei várias vezes em ir. Na verdade apliquei o mesmo raciocínio: “Eu realmente preciso de alguma coisa que vai haver por lá?” ou “Será que isso não vai ser uma despesa irrelevante que irá tornar mais difícil um sonho que quero realizar?” (como um bom blazer preto que eu por acaso preciso mesmo!).

4) Apreciar o que já tenho

Praticar a gratidão por tudo o que já tenho e construí. E aqui entra algo tão importante como não me comparar com a vida das outras pessoas pois não faz sentido! Por tudo o que referi atrás. Em vez de ficar a olhar para as redes sociais e a desejar coisas que não posso ou simplesmente não quero ter, sinto-me verdadeiramente grata por tudo o que já conquistei. Sentir-me grata faz com que me sinta mais positiva em relação ao que a vida tem para me oferecer. Além disso, este sentimento ajuda a reduzir a vontade de gastar dinheiro em coisas desnecessárias. Por exemplo, o exercício físico é uma ferramenta que utilizo para apreciar ainda mais a minha vida. Dá-me uma sensação de superação e de accomplishment que não consigo ter com um objeto. Diria mesmo que luxo é ter saúde e sentir-me confiante.

Vou mudar de casa dentro de poucas semanas e sei que durante meses não vou ter a casa como gostaria. Tenho de dar uma volta aos sofás e camas, gostaria de mudar algumas coisas que são importantes para mim. Mas não será para já e o mais importante nesta fase é reduzir pelo menos para metade o número de objetos que irei levar para a casa nova (o que sei que irei conseguir), “sentir a nova casa” e tranquilamente ajustar-me a ela.

5) Reutilizar, reciclar, doar, vender

Uma boa prática para quem quer seguir o minimalismo é dar uma nova vida ao que poderia ser desperdiçado. Por isso, ao arrumar a casa, o armário ou os produtos cosméticos uma abordagem interessante é ver a possibilidade de reciclar algo que seria descartado. Por exemplo, estou a pensar mandar pintar um móvel para encaixar melhor no mood da nova casa (em vez de o descartar). Reciclar e doar ou vender são ótimas estratégias para que um mesmo objeto seja reutilizado vezes sem conta. Tudo o que tem qualidade e utilidade pode ser usado infinitamente!

 

O minimalismo impõe que se deixe de lado o que não se consegue controlar. Em vez disso eu aproveito o que posso fazer, com aquilo que tenho. Não me fico a lamentar por não poder ter aquela peça de roupa ou não fazer uma viagem super chique. Em vez disso, aproveito cada segundo das minhas oportunidades valorizando-as. Desta forma posso ser feliz com o que consigo controlar, e simplesmente deixo de desejar o que não é uma prioridade para mim.

As redes sociais mostram vidas, objetos e coisas irresistíveis… mas, como diria uma amiga, buy only if necessary (or if you want it really hard! – esta parte acrescentei eu).

O processo da minha mudança de casa está a ser importante também no recentrar dos objetos que são importantes ter, peças de qualidade, memórias. Mas cada vez mais as experiências (e o “ser”) são para mim mais importantes que o “ter”. Conceitos como quiet luxury ou quiet beauty são ainda uma ótima aposta para bons básicos para a vida! Como este incrível blush de que falei (sorry, foi mais forte que eu!).

O minimalismo traz ainda mistério, pode trazer luxo e no final ser um veículo para uma vida mais feliz!

 

Fotografia: Márcia Soares

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