As minhas estratégias para estimular o crescimento de novo cabelo

estimular o crescimento de cabelo

Decidi escrever este artigo depois de muitas perguntas nas redes sociais sobre o que estou a fazer para ter tanto cabelo a nascer. Depois de um ano complicado em que a queda sazonal começou em Julho e em FORÇA (comigo por norma inicia no final de Agosto), de bastante stress, ansiedade e provavelmente Covid (já foi explicada a relação entre Covid e queda de cabelo aqui), quando dei por mim o meu cabelo estava reduzido a umas farripas. Felizmente, depois de algumas estratégias e o fim da queda sazonal veio a bonança! Vou relatar este como um caso meramente pessoal. Existem muitas razões para ter queda de cabelo, por isso o ideal, para quem se aflige com o tema, é começar por uma consulta de dermatologia. O que estou a fazer para estimular o crescimento de novo cabelo?

Queda de cabelo… quais as razões para tal?

Temos de parar de comparar quedas de cabelo. Porquê? Porque existem diversas causas para a mesma.

“Momentaneamente poderemos ter menos volume de cabelo na cabeça (menos cabelo efetivamente). Existem muitas causas que nos fazem perder cabelo. A primeira, que todos conhecemos, é a queda de cabelo sazonal. Quando chega o tempo quente o mesmo induz uma maior queda de cabelo. Por exemplo, quem tem cães, sabe que no final do verão os mesmos costumam perder pelo. Os humanos têm um fenómeno similar. Quando somos sujeitos a temperaturas altas, por mecanismos hormonais sensíveis à temperatura vamos perder cabelo. É um mecanismo normal e adaptativo.

A queda pode suceder também por outros motivos. Pode acontecer porque estamos doentes, depois de um parto, com a paragem da pílula contracetiva, com o stress, ansiedade e o cansaço. Todos estes fatores podem induzir alterações no cabelo fazendo com que o mesmo caia. É muito importante saber que existe um tempo que separa este “evento” que induz a queda de cabelo e a queda propriamente dita. Esse tempo normalmente varia entre os 3 / 4 meses. Significa isto que se temos uma preocupação grande ou se estivermos doentes não é de imediato que nos cai o cabelo, mas sim decorrido esse tempo. Finalmente a própria infeção por COVID, como todas as doenças febris infecciosas, passados 2 a 3 meses pode provocar maior queda de cabelo. Vários pacientes descrevem após terem COVID maior ardor e sensibilidade no couro cabeludo, uma situação denominada de tricodinia.”

Dr. Rui Oliveira Soares, dermatologista

Aproveito para deixar aqui a referência do artigo sobre deflúvio telógeno crónico, que pode interessar a quem tem queda capilar, e sobre o qual já falei aqui.

Queda de cabelo, stress e ansiedade

De acordo com o dermatologista Dr. Rui Oliveira Soares, normalmente, temos cerca de 5-10% dos cabelos em fase final do ciclo (telogénese), que dura 3 a 4 meses, e finda a qual o cabelo cai (empurrado pelo novo cabelo que surge no mesmo folículo). Ora o cansaço, a preocupação e a ansiedade acima do habitual podem acelerar a entrada em telogénese (fase de queda) de muitos mais folículos, o que pode determinar, meses depois, 20 a 30% dos folículos em fase do respetivo cabelo cair, em vez dos 5-10% habituais. Um em cada dez doentes com alopécia areata (doença auto-imune) refere trauma psíquico 3 a 4 meses antes do início do episódio. Cerca de 78% das crianças com esta doença tinham pelo menos um distúrbio psíquico (50% tinham ansiedade e 35% tinham neurose obsessivo-compulsiva).

Estou com muito trabalho entre mãos e a minha ansiedade disparou. Por isso mesmo, e por já ter passado por um burnout, procurei de imediato ajuda médica e estou a fazer tratamento específico para a ansiedade, o que me tranquiliza MUITO! Estou como nova. Que diferença na minha vida.

O fim da queda sazonal

Aleluia! Por norma a minha queda sazonal termina em Novembro e este ano não foi exceção. Felizmente deixei de ver cabelos espalhados por todo o lado. A queda reduziu, mas não completamente como agora. Sinto que foram várias as estratégias no conjunto que me permitiram estimular o crescimento do novo cabelo.

Suplementação e alimentação

Também abordei recentemente este tema em consulta de nutrição com a minha querida Rita Andrade. São diversas as causas de enfraquecimento e queda de cabelo, destacando-se nutricionalmente, os fatores relacionados com o estilo de vida, tais como: o stress, os episódios emocionais e as dietas desequilibradas ou muito restritivas ou outras alterações na dieta, mesmo que no sentido do ganho de peso. As dietas “milagrosas da moda” não asseguram o aporte de proteínas e nutrientes essenciais ao organismo, originando défices acentuados, que podem fragilizar a saúde capilar. A ocorrência de alterações hormonais ou emocionais, anemias, infeções ou doenças autoimunes e stress, podem ainda contribuir para que as necessidades nutricionais estejam acrescidas em determinado período da vida.

A dieta deve ter um conteúdo nutricional de elevada densidade e o mais natural possível. A alimentação cuidada na alopécia, na ausência de défices identificados, deve então ser rica em: frutas, particularmente frutos silvestres, legumes, vegetais de folha verde escura, leguminosas (feijões e lentilhas), frutos secos e sementes (nozes, amêndoas, castanha do brasil, linhaça, sésamo…), salmão, atum, sardinha, cavala, ovo, queijos de baixo teor de gordura, cereais integrais (arroz, quinoa, gérmen de trigo, aveia …) e água. Fundamentalmente, é a diversidade alimentar, aliada à escolha de alimentos pouco ou nada processados, e com baixo teor de agrotóxicos, que se traduz em benefícios para a saúde capilar a longo prazo.

Um dos alimentos de que me esqueci nos últimos meses foi o gérmen de trigo que passei novamente a incorporar todos os dias no meu iogurte proteico ao pequeno almoço (1 colher de sopa de gérmen de trigo) no qual também misturo uma colher de sopa de aveia integral em flocos finos, canela, mirtilos e kiwi. Além disso aumentei o aporte proteico com mais peixe ou ovo ou carne. Por exemplo à noite costumo comer peixe, mas a quantidade de proteína não estava a ser suficiente. Tenho adicionado um ovo a essa refeição.

Relativamente à suplementação, tenho mantido sempre o Lambdapil 5 α Plus (sobre o qual falei aqui), a biotina 5.000 (sobre a qual falei aqui) e em consulta de nutrição, foi-me recomendado fazer ómega 3 (encontrei alguma relação em estudos científicos na Pubmed sobre a melhoria do estado do cabelo com ómega 3) e magnésio, mas nenhum dos dois por causa do cabelo em concreto. Em todo o caso, pareceu-me ter havido melhoria na queda e no estado geral do cabelo. Ainda na área da suplementação, fiz análises recentemente e de facto queria confirmar certos valores e tenho tudo certo. A vitamina D é uma vitamina a que dou especial atenção e importante para a saúde capilar e que me é precrita pelo meu marido que é reumatologista (e lida com vitamina D todos os dias).

Sobre análises relacionadas com o cabelo, este artigo pode interessar.

estimular o crescimento de cabelo

Lavagem do cabelo

Não fiz grandes alterações. Eu lavo o cabelo todos os dias e isso não determina maior ou menor queda.

“Um mito muito enraizado na população é que lavar o cabelo todos os dias pode provocar mais queda de cabelo. Hoje em dia sabe-se que lavar 3 vezes por dia o cabelo ou lavar 1 vez por semana determina uma queda exatamente igual, quer em número de fios que caem quer em quantidade total (ou peso) do cabelo que nos cai. É indiferente à queda lavarmos mais ou menos o cabelo. O que acontece é que se lavarmos todos os dias o número de fios que vemos será menor do que aquele que observamos se só lavarmos o cabelo 1 vez por semana. No entanto não devemos deixar o cabelo sujo, transpirado ou com excesso de oleosidade, o que poderá levar sim a uma maior queda”.

Dr. Rui Oliveira Soares, dermatologista

Mas incorporei um champô de que estou a gostar muito, o champô Triphasic (novo, sem sulfatos) e o respetivo condicionador, ambos da linha antiqueda da René Furterer, cerca de 3 vezes por semana. Gosto de intercalar champôs. Sabemos que têm uma ação muito limitada ou quase nula na queda, mas este champô é especial para mim e estou a gostar muito de usar (deixo atuar 2 a 3 minutos). O condicionador pode ser usado desde o couro cabeludo. Ambos ótimos. Se fizer exercício num dia em que já tenha lavado o cabelo, volto a lavar. Deixar o cabelo oleoso ou sujo pode levar a uma maior queda capilar. Nesses dias uso o Nourish 2in1 da Lazartigue, um bálsamo lavante sem espuma que eu amo.

Produtos tópicos para o cabelo

Mantenho desde há anos o minoxidil tópico prescrito pelo dermatologista, mas depois de ter feito um ciclo de 3 meses com Crescina (esta apresentação, na força 1.300) à noite, e em que fazia o Lambdapil Melatonin Concentrate da ISDIN de manhã, passei a fazê-lo religiosamente à noite. Sempre uma hora depois de aplicar o minoxidil. Este Lambdapil Melatonin Concentrate é facílimo de aplicar, tenho-o mesmo ao lado do lavatório, e antes de dormir aplico as 14 pulverizações, risca a risca e massajo o cabelo. Fácil de usar, não suja o cabelo, cosmeticamente irrepreensível. Adicionalmente passei a usar o Sérum Ageless (de que falei aqui) de manhã depois da lavagem (não deixa o cabelo gorduroso).

Alopécia androgenética

Para além da queda, eu tenho uma alopécia androgenética que é tratada em consulta de dermatologia, com recurso a vários medicamentos. É importante, e eu faço, ajustes anuais, para garantir que a perda de densidade capilar seja a menor possível. Já falei sobre este tema muitas vezes aqui no site (basta pesquisar por alopécia na lupa da homepage).

 

Ao longo deste artigo, explorei as minhas diversas estratégias para estimular o crescimento capilar. Desde mudanças na alimentação, suplementação e uso de produtos específicos, cada abordagem teve um papel importante na busca por mais cabelo e melhor saúde capilar. Uma das principais lições que aprendi ao longo desse processo é que não há uma solução única e universal. O que funciona para uma pessoa pode não ser eficaz para outra, e a chave está no acompanhamento médico (e na paciência). O ciclo de crescimento capilar é longo, e os resultados podem levar meses para se tornarem visíveis. Por isso, manter uma rotina consistente e avaliar os impactos de cada estratégia ao longo do tempo são passos essenciais.

Outro ponto crucial foi a importância da saúde como um todo. A queda capilar pode estar relacionada com múltiplos fatores, incluindo stress, ansiedade, deficiências nutricionais, alopécia (que deve ser tratada por dermatologista). Cuidar do bem-estar geral, reduzir a ansiedade e manter uma alimentação equilibrada são elementos que contribuem significativamente para a saúde dos cabelos.

Contar com acompanhamento profissional faz toda a diferença. Dermatologistas podem oferecer diagnósticos mais precisos e indicar tratamentos eficazes, evitando gastos desnecessários com produtos que podem não ser ideais para um caso específico. Por fim, encerro este artigo com a certeza de que a jornada para estimular um crescimento do cabelo não se trata apenas de estética, mas também de autoconfiança e bem-estar. Continuarei a ajustar o que for necessário e a partilhar esse caminho.

 

Fotografia: Andreia Fonseca

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