Tudo sobre transplante capilar (segundo o dermatologista)

Tudo sobre transplante capilar

Andava a pensar neste post há algum tempo, porque sei que há muitas mulheres (e homens) que pensam em avançar para um transplante capilar. Eu própria já pensei algumas vezes. Se até agora o valor do mesmo me dissuadia, a verdade é que o nosso cabelo é tão importante, que penso sobre este assunto várias vezes. Existem algumas técnicas e senti que estava na altura de o Dr. Rui Oliveira Soares explicar que tipos de transplante existem, que técnicas são usadas e como é feito.

Tudo sobre transplante capilar

P: Que técnicas, cuidados e resultados existem com o transplante capilar?
R: Técnicas

Na alopécia androgenética o tratamento médico pode ser muito eficaz quando existe ainda um razoável número de folículos (fábricas que produzem cada cabelo) por centímetro quadrado. Para os restantes casos encontraram-se formas de resolver cirurgicamente o problema. Os primeiros transplantes para minorar a alopécia androgenética efetuaram-se há meio século sob a forma de “tufos” de cabelo em enxertos de pele relativamente grandes (aspeto em cabelo de boneca).

Desde há quinze anos a técnica que realizamos consiste em implantar unidades foliculares. Retiramos cabelo de áreas nas quais o cabelo não cai (área dadora), sob a forma de uma fina tira de pele (FUT) ou folículo a folículo (FUE). Retirar folículo a folículo reduz a densidade na área dadora e obriga a rapar toda a área de trás (inconveniente em mulheres), é procedimento demorado e não implica cortes, o que torna esta técnica muito popular. Retirar uma tira de pele implica presença de um cirurgião experiente, equipa para dissecar folículo a folículo ao microscópio, permite encurtar o procedimento, não implica rapar o cabelo atrás, e não reduz a densidade na zona dadora.

Realizam-se micro-orifícios na área em que queremos melhorar a densidade de cabelo. Finalmente, introduzem-se os folículos contendo um ou dois cabelos em cada orifício. O cabelo transplantado cai entre o 1º e 2º mês. Renasce entre o 3º e 4º mês, dura toda a vida, e tem um aspeto natural.

Finalmente, existem robôs (Artas, por exemplo) que conseguem efetuar parte do procedimento. Tem como inconveniente não conseguirem adaptar-se a grandes inclinações e utilizarem diâmetro exterior do cilindro extrator acima de 1 mm, o que deixa micro-cicatrizes. No momento atual efetuam o procedimento pior que um cirurgião experiente (funcionam sobretudo como publicidade) mas serão o futuro quando se limarem alguns aspetos técnicos.

Tudo sobre transplante capilar

Pré e Pós Transplante

Uma história clínica cuidada é fundamental. Doenças como diabetes, hipertensão e discrasias hemorrágicas deverão estar controladas.

O paciente deve ter comido antes da intervenção. Pode ser administrado um tranquilizante e canalizar-se uma via por segurança (para administração intra-venosa de um medicamento se necessário). A intervenção dura em média 4 ou 5 horas (FUT) ou um dia inteiro (FUE) e o doente vai para casa. É prudente medicar com antibiótico e analgésico (pode existir dor ligeira 3 dias).

Os efeitos adversos comuns são um inchaço nas pálpebras que ocorre entre o 2º e 5º dia pós transplante e pequeníssimas crostas que se notam no local de cada folículo implantado durante 15 dias.

O principal cuidado consiste em “regar” com spray de soro fisiológico a área implantada nos primeiros dias, já que a formação de neovasos não é imediata. A partir do 3º dia o paciente pode e deve lavar a zona implantada, embora exercendo pouca pressão nas primeiras lavagens.

Resultado

A maioria de cabelo implantado cai (telogen) nos primeiros meses. Reaparece do 4º ao 6º mês e para que atinja um comprimento razoável que permita um resultado estético deve passar um ano.

É importante a expectativa ser adaptada à realidade. Uma sessão de transplante melhora muito a densidade, mas nunca permitirá a densidade de cabelo normal, já que re-distribuímos cabelo de uma área pequena para uma bastante maior. O resultado é tanto melhor quanto maior a espessura do cabelo e a densidade da área dadora. Quanto mais precoce se efetuar a intervenção menos impacto terá na imagem (o máximo impacto ocorrerá numa fase em que já não existam cabelos na área recetora). A técnica é particularmente interessante na mulher, em que habitualmente não há áreas totalmente despovoadas, e na qual o reforço da área dos 5 cm anteriores pode ter um efeito magnífico. O reverso da medalha é que o deflúvio pós-transplante (queda de cabelo nos meses pós-procedimento) é maior na mulher, o que torna os primeiros seis meses penosos.

Nos homens deve explicar-se a provável necessidade de sessões futuras à medida que evolui a alopécia.

Tudo sobre transplante capilar

Transplante noutras áreas e noutros problemas

O transplante de cabelo também permite corrigir as cicatrizes determinadas por doenças inflamatórias do couro cabeludo (desde que a doença não esteja ativa), por traumatismos, por tumores, por intervenções cirúrgicas, por radioterapia, etc.

Finalmente, podem-se transplantar outras zonas diferentes do couro cabeludo. É frequente fazermo-lo na área das sobrancelhas (escolhendo-se para tal cabelo da área supra-auricular). Neste subtipo de transplante o ponto crucial para um bom resultado é a inclinação que damos aos folículos (mimetizando a natural).

Rui Oliveira Soares (dermatologista)

Achei esta explicação muito útil, tirei mesmo imensas dúvidas que tinha e fiquei curiosa quanto ao transplante de sobrancelhas, uma vez que apesar de ter as minhas dermopigmentadas, tenho zonas sem pelo.

Conheces alguém que tenha feito um transplante capilar? Ficaste com alguma dúvida?

Fotografia: Yellow Savages

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