Alopécia feminina – há só uma? Que tipos existem?

alopécia feminina

O tema alopécia feminina é muito mais frequente do que imaginamos. Só a alopécia androgenética feminina tem uma prevalência muito grande, sendo que aos 40 anos cerca de 40% das mulheres pode apresentar esta condição de cabelo, e aos 80 anos cerca de 75% das mulheres podem ter este tipo de alopécia. Não confundir alopécia com queda de cabelo. Muito embora os diversos tipos de alopécia, ou seja, falta de cabelo, atinjam quer homens quer mulheres, a realidade é que a alopécia feminina é um tema muito menos falado (e tabu), pelo que hoje decidi desmistificar este assunto e mostrar que tipos de alopécia feminina existem (nota: os tipos de alopécia mencionados existem em homens e mulheres). O Dr. Rui Oliveira Soares, meu dermatologista e especialista nesta área, esclarece.

alopécia feminina

P: Que tipos de alopécia existem?

R: Alopécia significa falta de cabelo. Consideram-se 2 grandes grupos:

Alopécia cicatricial: A falta de cabelo foi provocada por um processo que levou a perda irreversível do folículo (fábrica celular que produz o cabelo). O motivo pode ser uma agressão – traumatismo, infeção, radioterapia, cirurgia, etc. – ou uma doença que afetou a pele do couro cabeludo. No último caso dizemos que a alopécia cicatricial é primária. A alopécia cicatricial primária mais frequente é a a alopécia fibrosante frontal, na qual são características a perda de sobrancelha e o recuo progressivo da linha de implantação frontal do cabelo. O líquen plano pilar, lúpus eritematoso discóide, foliculite decalvante, celulite dissecante, alopécia central centrífuga e alopécia traccional são outros exemplos. Cada uma destas doenças tem um tratamento específico que deve ser iniciado o mais cedo possível, já que a perda do cabelo é, habitualmente, irreversível.

Alopécia não cicatricial: A principal característica é que os folículos não são lesados de forma irreversível (pelo menos em fase inicial do problema). A mais frequente é a calvície comum (alopécia androgenética), que basicamente é uma herança (é determinada pelo nosso património genético) e que afeta igualmente homens e mulheres. Este tipo de alopécia feminina é bastante frequente. Outra que a maioria da população conhece, é a alopécia areata. A forma clínica mais comum é a existência de peladas (áreas circunscritas sem cabelo) e é determinada por um fenómeno de auto-imunidade, para o qual concorrem vários fatores mas sem dúvida o fator genético é o mais importante. A perda de cabelo mais comum associada à quimioterapia, a doenças sistémicas, a infeções como a sífilis e à carência de determinados nutrientes também constituem alopécias não cicatriciais. A característica comum é que não existe destruição do folículo, e nesta medida a perda de cabelo é potencialmente recuperável com o tratamento adequado (que é muito diferente consoante o tipo de problema que provoca a alopécia).

Rui Oliveira Soares (dermatologista)

Alopécia feminina – quando é difícil lidar e o que fazer?

Nas mulheres o cabelo representa uma parte muito importante do seu aspeto físico. É um elemento que significa muito para as mulheres, tanto que hoje em dia se sabe que a perda de cabelo provocada por tratamentos de quimioterapia, só para dar um exemplo, tem maior impacto na mulher do que a própria doença cancerígena. A alopécia feminina é ainda um assunto muito pouco falado, e é muito importante esclarecer que há várias abordagens mediante o tipo de alopécia feminina, e o meu conselho é: num caso em que existe desconfiança de perda de densidade, falta de cabelo, recuo da linha frontal do cabelo (acompanhada ou não pela perda de sobrancelhas) deve ser procurado o dermatologista. Há dermatologistas no nosso país que se dedicam mais às doenças do cabelo. Se for necessária a indicação, mediante a zona do país, basta deixares comentário a este artigo para eu poder ajudar!

Tinhas ideia de que a alopécia feminina era tão frequente e que existem estes diversos tipos de alopécia?

Fotografia: Márcia Soares

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30 comentários

  1. Andreia Ferreira diz:

    Bom dia,

    Já fui a dermatologista que me detectou alopécia androgenetica mas gostava de consultar outro especialista cujo foco de estudo seja a alopécia.
    Vivo em Vila Nova de Gaia pelo que o porto será a área de referência.
    Pode recomendar-me algum dermatologista especialista neste problema?

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Andreia! Viva! Na zona do Porto recomendo por exemplo as dermatologistas Dra. Filipa Ventura ou Dra. Rita Guedes. Um beijinho! Joana

  2. Patrícia Vera diz:

    Olá Joana!Na zona de Torres Vedras conhece algum médico especialista nesta área?Obrigada!Beijinhos

    1. Joana Alvares diz:

      Infelizmente não sei indicar nessa zona. Um grande beijinho, Joana

  3. Juliana diz:

    Olá! Tive uma alopécia areata universalis logo após o nascimento da minha filha. Estou na região do Centro, Leiria, tem alguém para indicar me?

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Juliana! Sim, o dermatologista Dr. David Serra dá consulta na zona centro do país. Um grande beijinho!

  4. Ana Morais diz:

    Olá!
    Foi-me diagnosticada alopecia androgenetica há alguns anos. Fiz alguns tratamentos e nunca senti melhorias. Gostaria de voltar a tentar um tratamento. Sou de Coimbra. Pode indicar-me um Bom médico nesta área?
    Obrigada!

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Ana! Sim, o dermatologista Dr. David Serra. Um beijinho! Joana

  5. Mariana diz:

    Olá Joana,

    Também fui ao Dr. Rui Oliveira Soares e receitou-me para além do Minoxidil, o medicamento Proscar. Gostaria de saber se tomas 1mg ou 5mg e há quanto tempo? Não tens quaisquer efeitos secundários? Já li muito sobre o mesmo tomei um ano e parei pois ficou muito melhor, mas agora voltei novamente a tomar, pois senti o cabelo fraco e a cair muito. Terá de ser para sempre infelizmente!

    Obrigada e um beijinho,
    Mariana

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Mariana! Eu tomo um conjunto de vários medicamentos, podes saber quais neste link: https://www.beautyst.pt/cabelo/micro-transplante-capilar-e-nova-terapeutica-para-a-alopecia

      No entanto é muito importante explicar que a resposta de cada pessoa é diferente, por isso é que na alopécia androgenética não vês duas pessoas a fazer exatamente o mesmo tratamento, ou pelo menos durante muito tempo. São feitas alterações e adaptações (eu ajusto terapêutica todos os anos). Quanto ao que questionas, o tratamento para a alopécia androgenética é para sempre sim. É uma doença como outra, que precisa de tratamento para estar controlada. Sem tratamento a situação volta ao início e com tendência para piorar sempre.

      Quanto aos efeitos secundários, é também muito importante explicar que nenhum médico irá prescrever algo a uma pessoa sem pesar a sua história clínica e todos os riscos e benefícios. Nenhum médico irá prescrever algo a um doente sabendo que o medicamento lhe poderia fazer mal! Por isso é que o médico prescritor define um plano terapêutico para cada pessoa, consultas de seguimento e acompanhamento (caso contrário faziam-se consultas em grupo).
      Eu faço tratamento para a alopécia androgenética há muitos anos, há mais de 10 anos. E sim, diariamente. Um beijinho! Joana

  6. Mariana diz:

    Olá Joana,

    Muito obrigada pela resposta e pela indicação do outro post. Já li e fiquei esclarecida. Claro, cada caso é um caso e irei marcar consultas de rotina uma vez por ano com o Dr.Rui para avaliar a situação. Faz todo o sentido.

    Um beijinho e Feliz Páscoa!

    Mariana

    1. Joana Alvares diz:

      De nada, Mariana! Qualquer questão dispõe. Um beijinho! Joana

  7. Ana diz:

    Olá! Conhece algum médico dermatologista na zona de Braga/Barcelos especializado nesta área da queda de cabelo?

    Muito Obrigada e Beijinho!

    1. Joana Alvares diz:

      Ana, perto de Braga, recomendo a Dra. Filipa Ventura no Porto. Um grande beijinho, Joana

  8. Ana Daniela Carvalho Romão diz:

    Boa tarde!
    Tenho 22 anos e foi-me diagnosticado a Alopecia Andrógena. Sou da zona de Coimbra, que médico aconselha? Beijinho e obrigada

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Ana! Aconselho o dermatologista Dr. David Serra. Um grande beijinho, Joana

  9. Maria Simões diz:

    Boa noite! Cheguei aqui por acaso. Mas estou a ver nos seus comentários o que a minha filha de 17 anos está a passar.É muito forte para uma mulher e ainda mais para uma adolescente lidar com a alopecia androgenetica. Eu fui recusando aceitar, eu tenho mais de 50 anos e uma forte cabeleira. Como é possível a genética nos passar esta grande adversidade. Chegou a fazer testes genéticos para confirmar a doença? Percebi que toma medicação, minoxidil… a toma da pílula também é aconselhada e a espironolactona. Qual é o segredo para controlar? A alimentação cuidada e suplementação terão efeitos? O que acha? Muito obrigada e grata por partilhar.

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Maria! Antes de mais é muito importante a tua filha ser seguida em consulta de cabelo de dermatologia. Também eu com essa idade me comecei a deparar com perda progressiva de cabelo, por isso é importante atuar JÁ! O diagnóstico chega através da observação do couro cabeludo com câmara de aumento (exame denominado de tricoscopia), podendo haver pedido de exames adicionais (análises, biópsia) caso haja dúvidas no diagnóstico. A pílula e outros medicamentos podem ser usados na alopécia androgenética, e dependendo do caso em questão a terapêutica é instituída. A mesma deve ser revista periodicamente, pois a doença passa por fases e podemos sempre ajustar / alterar (eu ajusto anualmente por norma). Dependendo da zona do país onde se encontram posso ajudar a indicar o nome de um dermatologista que faça consulta de cabelo. Um grande beijinho, Joana

  10. Lara Galvão diz:

    Olá Joana,
    Tenho um filho com 25 anos que começou com problemas de queda de cabelo à relativamente 3 anos, gostava de marcar consulta com um bom Dermatologista, especialista em cabelo/alopecia, poderias-me indicar um? Vivemos no Algarve, mas se for necessário podemos ir a Lisboa.
    Obrigada, beijinho.

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Lara, no Algarve não te consigo indicar. De facto devem ver este assunto em consulta de cabelo de dermatologia. Em Lisboa por exemplo o Dr. Rui Oliveira Soares ou a Dra. Marisa André. Um beijinho

  11. Catarina diz:

    Olá!
    Obrigada por todos os esclarecimentos!
    Recomenda algum dermatologista, especialista em alopécia, na zona de Torres Vedras?

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Catarina, viva! Infelizmente não sei indicar. Um beijinho grande!

  12. Joana Vieira diz:

    Olá Joana,
    Conhece ou sabe de algum especialista na ilha da Madeira?
    Obrigada

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Joana! Viva! Sim, a dermatologista Dra. Rubina Alves. Um grande beijinho! Joana

  13. Ana diz:

    Boa Noite
    Joana desconfio que esteja com uma alopecia gostaria de recomendações de dermatologistas da arena na zona de Lisboa/ Almada.
    Muito obrigado

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Ana! Recomendo o Dr. Rui Oliveira Soares (Centro de Dermatologia de Lisboa) ou a Dra. Marisa André (Clínica Laser de Belém). Um beijinho, Joana

  14. Patrícia Correia diz:

    Boa tarde, tenho queda de cabelo apenas numa zona do lado direito acima da orelha que começou por ser do tamanho de uma moeda e agr está bem maior o que me deixa preocupada, consegue me indicar um dermatologista especialista em tricologia em Lisboa ou Sintra?
    Obrigada!

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Patrícia, pelo que referes parece ser alopécia areata mas deves fazer consulta para ter o diagnóstico. Recomendo em Lisboa o Dr. Rui Oliveira Soares (Centro de Dermatologia de Lisboa) ou a Dra. Marisa André (Clínica Laser de Belém). É muito importante seres vista. Um beijinho, Joana

  15. Vanda Meneses diz:

    Olá Joana!
    Conhece algum especialista nos Açores (São Miguel ou Terceira)? Foi-me diagnosticada alopecia areata há uns anos, já fiz alguns tratamentos mas não vi resultados.

    1. Joana Alvares diz:

      Olá Vanda! Viva! Infelizmente não sei indicar… Um beijinho, Joana

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